Candidatos e Políticos estão virando lixo

     Nas eleições de 2016, participei de 10 campanhas, em algumas fiz consultorias, ou seja, ajudei a montar as estratégias, planejamento e o organograma de trabalho. Em outras fiz a parte operacional, isto é, toquei a parte de marketing eleitoral dos candidatos. 

     Foram campanhas localizadas no Leste Paulista e no Sul de Minas Gerais, estive muito presente na rua, que é o lugar onde você sente e vê o político e as pessoas estabelecendo o diálogo.

     Na foto, abaixo, que ilustra esse texto, está registrado o sentimento do eleitor em relação aos candidato e políticos. A reputação e a imagem, que são os bens mais preciosos do homem público, aqui me refiro não ao gênero, mas ao agente público, está relegada a lata do lixo.

        Situação comprovada depois de apurado os votos; a renovação nas Câmaras de Vereadores foi de 85% e os prefeitos reeleitos 16%. Vi muita gente despreparada e fazendo a velha política, que cada vez mais tem menos espaço.

JOVENS, POLÍTICA E RENOVAÇÃO

Partidos tradicionais não atraem mais a juventude

PT: -25,3%
PSDB: -21,3%
PDT: -21,3%
PMDB: -21,2%
PP: -25%

Os partidos mais tradicionais estão perdendo a militância jovem. Nos últimos 4 anos houve uma queda expressiva no número de filiados.

Destaco 2 pontos:
1. Existe um distância enorme entre a classe política e os brasileiros, incluindo os mais jovens. Este abismo só aumenta, pois os partidos são todos iguais, falam a mesma linguagem e têm o mesmo comportamento.

2. A batalha ideológica nas redes sociais só contribui para aumentar o descontentamento e aversão aos políticos. Sobretudo, a batalha travada pelo PT (-25,3%) e PSDB (-21,3%), que só engajam, atraem e fidelizam sempre os mesmos, ou melhor, nem isto estão conseguindo, pois os números acima mostram a debandada dos jovens dos partidos.

Observo este cenário com um corte transversal, isto é, perpassa todas as camadas sociais, faixa etária e nível de escolaridade, sexo e regiões.

Tenho realizado muitos cursos, palestras e workshop para a militância jovem dos partidos, a grande maioria pensa, age e se comporta como os velhos políticos brasileiros.

Ah, a grande maioria não sabe usar as mídias sociais, seja como conceito ou técnica de comunicação e marketing político.

CORRUPÇÃO, POLÍTICA E ELEIÇÃO

51% das pessoas acham que a corrupção não vai diminuir
45% afirmam que irá baixar

A percepção da corrupção continua presente no imaginário dos eleitores brasileiros. Para 51%, mesmo após a Operação Lava Jato a prática não diminuirá.

Outros 45% declaram que a corrupção vai baixar. Já, para 7% aumentará a prática do crime. Entre os jovens (16 a 24 anos) vai ser igual. São dados do Datafolha.

Há exatamente um ano, num post sobre as eleições municipais, eu comentava que a temática da corrupção erá importante para 65% dos eleitores.

O tema parece querer entrar, definitivamente, no cotidiano dos eleitores. O primeiro passo para amadurecer o conceito e a discussão é colocá-lo à mesa.

O segundo é alijar da vida pública políticos, de todas as esferas (municipal, estadual e federal), que comece por 2018.

CORRIDA PRESIDENCIAL E O POSICIONAMENTO ANTIPOLÍTICO

65% consideram votar em quem "nunca foi político"
42% dizem interessados na eleição de 2018
62% têm a honestidade como principal qualidade

Como disse em outros posts: a corrida presidencial já começou. O discurso de candidatos gestores, que se negavam a pecha de políticos foi incorporado por muitos na eleição de 2016.

A onda antipolítica que avança no Brasil desde 2013 começa a aparecer em números. Pesquisa mostra que 65% consideram votar em candidatos que "nunca foram políticos" na disputa para presidente em 2018.

Ainda, 42% dos brasileiros já têm muito interesse pelas eleições e 27% declaram ter pouco interesse. Para 62% dos eleitores, a principal qualidade para um candidato a presidente é a honestidade.

O DataPoder360 ouviu 2.058 eleitores nos dias 16 e 17 de abril, em 217 municípios. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.