quarta-feira, 19 de agosto de 2020

 Voto de Fé

Na Câmara dos Deputados cresceu 10%

No Senado aumentou 20%

Formam um grupo bastante coeso e influente


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que nas eleições de 2020 não haverá cassação dos mandatos por abuso do poder religioso. Por enquanto, os políticos estão livres para pregar e receber orações, apoios e dinheiro. Atualmente, não há previsão legal em Lei, que puna com perda de mandato.

Em 2018, houve grande renovação no Congresso, inclusive na Bancada Evangélica, porém não significou um menor número de representantes. Ocorreu justamente o contrário, aumentou a representatividade dos declaradamente religiosos. 

Na Câmara dos Deputados foram eleitos 84 parlamentares, que significa um aumento de 10% em relação a eleição de 2014; já no Senado somam 7 eleitos, acrescimento de 20% *.  O que cresceu também foi o número de votos destes políticos, alguns deles campeões de votos em seus Estados e partidos.

A bancada da Fé representa um grupo bastante coeso e influente, seja na sua pauta ou votação. A onda conservadora que marcou as eleições de 2018, abriu espaço para a solidificação da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional, com integrantes evangélicos e católicos, que somam 208 parlamentares. 

Eu trabalho com marketing político há 20 anos e, neste período, posso assegurar a força do voto da fé. A cada eleição cresce a presença deste segmento nas esferas de representação: municipal, estadual e federal. Sua presença tem um peso muito grande no direcionamento do voto, notadamente, influenciado pela vontade dos líderes, ou seja, pastores e padres, por exemplo.

Fui professor universitário por 15 anos, trabalhei em instituições católicas e fiz meu Mestrado em Marketing Político numa faculdade Metodista. Já fiz dezenas de campanhas políticas, nas esferas municipais, estaduais e federal e, afirmo, com certeza, existe uma enorme influência da religião na política. 

Existem vários tipos de ligação entre política e religião. Pode ser um pedido de apoio implícito ou explícito para determinada candidatura; já vi mala de dinheiro em comitê eleitoral, vindo de segmentos religiosos e entregue pessoalmente pelo seu dirigente.

Presenciei propaganda eleitoral dentro de Universidade, comício em frente de Faculdades, professores recebendo brindes - quando eles eram legalizados, enfim, acho que o assunto deve ser discutido e pautado na e pela sociedade.   

Atualmente, o TSE prevê três tipos de abuso de poder que podem levar a cassação de mandato: político, econômico e dos meios de comunicação. A temática, como não poderia deixar de ser, abre espaço para debates doutrinários dos favoráveis e contrários, para que o abuso de poder religioso seja enquadrado como crime eleitoral.

A Lei 9.504, que rege as eleições, proíbe expressamente que entidades religiosas façam doações à campanhas eleitorais e à propaganda eleitoral em templos religiosos. Já a Constituição garante no seu artigo 5, parágrafo VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.

Tanto as religiões quanto o entes federativos - a União, os Estados o Distrito Federal e os Municípios guardam suas dimensões públicas e privadas, pelo menos no papel. No entanto, a realidade se mostra muito diferente. 

Segmentos Evangélicas

Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE)   


   

  

 


segunda-feira, 1 de junho de 2020

Viva a Democracia


Brasileiros preferem a Democracia 
Os indiferentes representam parcela expressiva 

Democracia, intervenção militar, golpe de estado, fechar o Congresso e o STF, nazismo,  fascismo, enfim, são palavras que estão permeando as discussões na sociedade, redes sociais e na mídia. As posições pessoais e políticas favoráveis e contrárias estão expostas. 

Qual o motivo para esta discussão? O que pensam os brasileiros? O que diz a Constituição? Como na política não há espaço vazio, ou seja, o vácuo será ocupado por um sistema de governo, político ou partido. Fui recorrer as minhas pesquisas para ajudar no entendimento do assunto. 

Há 20 anos, período em que trabalho com marketing e comunicação política, esta temática vai e volta, pauta o interesse popular e arregimenta as posições pessoais e políticas. Para dar subsídios à discussão e apresentar argumentos vou recortar a análise desde 1990 até 2020. 

O que pensa os brasileiros sobre: democracia, ditadura e regime de governo. Consultei pesquisas de vários institutos de pesquisa (Ibope, Datafolha, Vox Populi, Paraná), nos últimos 30 anos e de outras empresas, que utilizo em minhas campanhas;  a metodologia adotada é semelhante e a margem de erro também. Os dados que apresento a seguir estão divididos em três décadas: 1990-2000 / 2000-2010 / 2010 - 2020. 

Na década (1990-2000), 50% dos brasileiros achavam que a Democracia era o melhor sistema de governo. Para 17%, a Ditadura se mostrava como a melhor opção de governo. Já, para  33%, tanta faz um regime ou outro para governar.

Na década (2000-2010),  57% das pessoas preferiam a Democracia como regime de governo. Para 15%, o sistema ditatorial se apresentava como a melhor forma. Os indiferentes somavam 28%.

Na década (2010-2020), 62% dos brasileiros consideram a Democracia como o melhor sistema. Para 14%, a Ditadura se apresenta como a melhor opção de governo. Já, para 24%, tanto faz um sistema ou outro para governar.    

Nos últimos 30 anos, na média, o regime democrático se mostra como a melhor opção para os brasileiros. O regime ditatorial vez ou outra é aventado por uma parcela da sociedade como sistema de governo ideal. Os indiferentes ocupam uma parcela expressiva, isto é, estão alheios ao futuro pessoal, da sociedade e do País. 

As constantes crises sócio/econômica/política ajudam a explicar as polarizações, que estão cada vez mais radicalizadas. No campo social a falta de perspectivas pessoais (trabalho/casamento/filhos) ajudam a compor o cenário. 

No aspecto econômico (desemprego/programas governamental/renda caindo) são outros fatores. No campo político (corrupção/privilégios/desinteresse) aprofundam o cenário brasileiro e permeiam o imaginário das pessoas de que não vale a pena acreditar na política e nos políticos. 

Os brasileiros mostram apreço a Democracia, como assegura a Constituição, no seu artigo 1º: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito. No entanto, desconfiam e desaprovam as instituições democráticas, mas isso é assunto para um outro momento.

   
MR Consultoria Mauricio Romanini
MR Consultoria
  

terça-feira, 26 de maio de 2020

A desidratação dos paridos políticos brasileiros

Partidos perdem representatividade na sociedade

1,1 milhão de pessoas pedem desfiliação dos partidos
Todas as legendas sofreram baixas
Atualmente, são 35 legendas registradas no TSE



Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre dezembro de 2018 e dezembro de 2019, os partidos perderam 1,1 milhão de filiados.

Atualmente, 15.691.869 brasileiros estão filiados aos 34 partidos políticos legalmente registrados junto ao TSE. Em 2016, o total de pessoas filiadas somavam mais de 16,8 milhões. É a quantidade mais baixa nos últimos 5 anos.

Algumas siglas se fundiram com outros, por não conseguir ultrapassar a cláusula de barreira. Desta forma, alguns ganham e outros perdem. 

Ao mesmo tempo que é fácil criar um partido político, do ponto de vista democrático; por outro lado, é complexo do ponto de vista legal, pois são inúmeras etapas.

Qual o motivo desta perda de representatividade? A resposta permeia as esferas políticas, sociais e civil. No campo político, hoje, os partidos perderam e não são mais o centro da discussão das questões de interesse nacional. Transformaram-se num grande balcão de negócios e de interesses pouco republicanos. Além disso, o negócio Partido Político tem dono no Brasil e os mandatários estão de olho nos mais de R$ 2 bilhões do fundo partidário.

Na esfera social, sobretudo com a maior acesso à internet pelo cidadãos, os partidos demoram em acompanhar aos anseios sociais e a burocracia interna cheia de papeis não seguem a velocidade das pessoas por mudanças.

No campo civil é muito baixa a participação popular nas atividades partidárias, são 10,6% de brasileiros com interesse na vida cotidiana dos partidos. Mais baixa ainda é a presença das mulheres e outros gêneros entro dos partidos. 

Menor ainda é o engajamento, ou seja, discussão de projetos, propostas de emendas e fiscalização dos poderes constituídos, principalmente, Prefeituras e Câmaras de Vereadores.   

https://marketingpoliticoderesultado.wordpress.com/

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quinta-feira, 21 de maio de 2020

O Brasil, no centrão, não sai do lugar

O "Centrão" atrapalha você

Nasceu em 1988 durante a Constituinte

É vital para as negociatas política

Está presente em todo o território brasileiro  


O termo "Centrão" surgiu na feitura da pior Constituição do Brasil, em 1988, para ocupar um espaço vazio na política brasileira. Na política não existe vácuo. Os espaços vão ser ocupados com boas e más intenções.

Ao impor suas vontades e minar outros partidos que formavam a Aliança Democrática (PMDB e PFL), começou a mudar o cenário político do País. Entre vitórias e derrotas; união e desunião o grupo informal foi se alicerçando e construindo uma forma nefasta de fazer política, que perdura ate hoje: o toma lá, dá cá. 

O "Centrão" reúne partidos de centro e centro-direita, que soma aproximadamente 270 parlamentares em 13 partidos e, se articula para votar contra ou a favor Leis de interesse do governo. O que desejam em troca: cargos, dinheiro e poder.    

Este grupo de congressistas é capaz de mudar o jogo no Congresso. Tem força para eleger o presidente da Câmara, votar o impedimento de Presidentes e garantir a sustentabilidade de um governo. 

A força do grupo é bem maior do que representar mais da metade do Congresso. Sem ideologia e projetos para o Brasil,  sua principal característica e se impor aos governos eleitos e, assim, ajudar na sustentação política do mandatário do momento.

É vital para os Presidentes e suas negociatas no Congresso e atrapalha você, que precisa de serviços públicos.  A ideologia do "Centrão" espalhou-se pelo Brasil afora e, hoje, está nas Câmaras Estaduais e Municipais. 
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sexta-feira, 24 de abril de 2020

O pré-candidato midiático à Presidente de 2022

Sérgio Moro é um forte e viável candidato em 2022
Legislação Eleitoral favorece uma pré-candidatura longa
A mídia já tem seu candidato


A eleição presidencial de 2022 ganhou um forte e viável candidato, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Atualmente, o magistrado não é filiado a nenhum partido político, contudo precisará se filiar para concorrer à Presidência da República. Essa será a tarefa mais fácil.

Com a pré-campanha liberada desde já, o ex-ministro poderá ganhar, cada vez mais, visibilidade e mídia espontânea. Com boa estratégia e planejamento, de comunicação e marketing, atingirá a mente e os corações dos brasileiros. 

De um lado, não menos importante, contará com o apoio de, praticamente, toda a mídia. De outro lado, muito importante, a mesma mídia vai desidratar outros competidores.
Mauricio Romanini MR Consultoria
Sérgio Moro é forte é viável candidato em 2022
     

segunda-feira, 20 de abril de 2020

O novo Rei Sol

A imagem política se constrói e se revela com o tempo

A comunicação aumenta ou diminui a reputação

No cenário político sua reputação determina seu valor

Existem inúmeros motivos para ler o livro O Rei Sol, que retrata a biografia de monarca absolutista Luís XIV,  na
França entre o século XVII e o XVIII. 

No meu caso por trabalhar com política, marketing e comunicação é requisito obrigatório, para entender o verbal e o não-verbal.  A imagem política se constrói e se revela com o tempo

Sua frase "L'État c'est moi" (O Estado sou eu) dava a medida de sua imagem de poder. Com um salto na história chegamos em 2020, precisamente, em 19 de abril, quando o Presidente Jair Bolsonaro (sem partido), participou de uma manifestação pela volta do Regime Militar, diante do quartel-general do Exército, em Brasília. Vale lembrar que dia 19 comemora-se o Dia do Exército. 

No dia 20 e abril, em entrevista disse: "eu, sou realmente, a Constituição". Segundo ele: Supremo (STF) aberto, transparente. Congresso aberto, transparente". A comunicação do Presidente é sofrível, para dizer o mínimo.

Não quero comparar ambos os personagens, pois não cabe comparação de atores, épocas e contextos. Agora, projetar em perspectiva é viável. A comunicação aumenta ou diminui a reputação

Cabe um adendo: Luís XIV, tinha com conselheiro e tutor o Cardeal Mazarin, que foi primeiro-ministro desde a época do Rei Luís XIII, seu pai.

Já, Bolsonaro tem quem como conselheiro e tutor? No cenário político sua reputação determina seu valor.

Outra dica de livro: Mazarin, Cardeal: O Breviário dos Políticos.
Luís XIV de França – Wikipédia, a enciclopédia livre
Luis XIV, o Rei Sol





quinta-feira, 9 de abril de 2020

O remédio para a comunicação é a dose

Presidente reconhece a importância da assessoria de comunicação e politica

Segmentar a comunicação é fundamental

Presidente descobriu que existe canal fora do twitter


A diferença do benefício ou malefício do remédio é a dose. Faço uma metáfora para começar o texto em tempos de cloroquina e hidroxicloroquina. 

O Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) descobriu que existe uma canal de comunicação com a população fora do twitter. 

Entendeu, a necessidade de dialogar com mais pessoas e, fazer sua mensagem chegar nas classes C e D. Para isso, recorreu as emissoras de rádio e TV e seus apresentadores popularescos. 

No marketing politico existem algumas leis, umas delas é a Lei da Ampliação, ou seja, é preciso aumentar a quantidade e qualidade da comunicação. Dessa forma, você fala com mais pessoas em diferentes canais de comunicação.

Adequar a linguagem verbal e não-verbal é fundamental para se fazer entender. Desde a pandemia de Coronavírus convocou 5 aparição em cadeia nacional de rádio e televisão, para fazer seu pronunciamento ao brasileiros. 

Nos primeiros pronunciamentos falou para si mesmo e seus pares. Levou pancada e não surtiu efeito. Agora, quer ampliar seu público.É importante por dois motivos: primeiro: curto prazo: melhorar sua imagem pessoal e do governo; segundo: longo prazo: sair do isolamento que ele próprio criou e fortalecer sua base para 2022.

O Presidente descobriu que não pode tudo. Cedeu, um pouco, nas suas convicções, não discuto se certas ou erradas, mas entendeu a importância da assessoria de comunicação e política.  
Marketing Online x Marketing Offline - Motion Publicidade
A comunicação eficiente deve ser plural